Para criar tudo isso é necessário uma grande equipe.
Thomas Geffroyd, veterano da Ubisoft, é diretor de conteúdo da empresa e
trabalhou em títulos como Splinter Cell, Assassin’s Creed e Far Cry. Ele entrou no desenvolvimento de Watch Dogs
para criar toda a história, universo e personagens presentes no game.
Em passagem por São Paulo, o Terra entrevistou Geffroyd a respeito da
cultura hacker, cidades inteligentes e as motivações e dificuldades em
criar o título mais aguardado do ano.
Como surgiu a ideia de criar Watch Dogs e por que explorar o universo hacker?
A ideia era criar um título sobre a interatividade com o
nosso mundo e as pessoas. Chegamos à conclusão de abordar a tecnologia,
como celulares, câmeras e hackers, pois vivemos em um mundo
inteiramente conectado. Nós moramos em cidades inteligentes e sabemos
muito pouco sobre como essas coisas influenciam em nossa vida.
O projeto começou há cinco anos e nós queríamos fazer
com que o ambiente fosse parte da experiência no game. O conceito de
cidades inteligentes encaixou muito bem na proposta e para pode usufruir
de todo seu potencial, estudamos a cultura hacker para criar uma
história e um protagonista que pudesse ser o mais real possível.
Os hacks que vemos no game são reais?
Tudo que possui relação com hackers em Watch Dogs
é 100% real. A única diferença que existe é o tempo de execução de
determinada ação. Enquanto no mundo real demoraria, por exemplo, três
horas de programação para uma ação simples, o protagonista do game tem
tudo sob controle na palma de sua mão, literalmente.
Qual o aspecto mais importante presente no game?
Os humanos dentro da cidade. Desde o primeiro dia a
nossa proposta era de criar um game de pessoas cercadas pela tecnologia.
Nós queremos retratar a realidade atual. Nós usamos celulares há 10
anos e nem nos perguntamos a respeito deles. Deixamos essa tecnologia
tomar conta de nossas vidas, mas no final ainda somos humanos e não
temos poderes para controlar tudo. Queremos levar essa capacidade e
poder para as pessoas através do nosso game para que elas perceberam o
poder e o potencial que essa tecnologia existente possui. Para mim, isso
é o mais importante, obviamente depois de querer criar um game
divertido e que as pessoas gostem de jogar.
A ideia é que no final do game você olhe seu celular e a
câmera dele e comece a fazer perguntas, como o que estão fazendo com as
minhas informações ou o que aconteceria se Aiden fosse de verdade.
Qual a grande novidade que pode ser usada em futuros títulos?
Eu acho que a ideia de interagir com o ambiente de uma
forma profunda e tornar isso parte do game em jogos de mundo aberto. A
outra coisa é a quantidade de detalhes. Durante dois anos, tivemos uma
equipe responsável apenas por criar histórias, biografias,
características e detalhes de todos os cidadãos do game. É possível
iniciar missões com todos estes personagens secundários a qualquer
momento e todos eles possuem seu próprio passado.
Fonte: TERRA
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